Fernando Luiz da Silva dos Santos (Dizing)
Fernando Luiz da Silva dos Santos, conhecido como “Dizing”, se reconhece como quadrinista e artista plástico, originário de Garça-SP. Em Piedade, onde mora desde os três anos, teve o primeiro contato com a arte dos quadrinhos, como toda criança, lendo muito gibi da Turma da Mônica.
A trajetória profissional começa em 1992 como pintor letrista no comércio local e fazendo ilustrações diversas, retratos e caricaturas. A prática e o estudo se deram de forma autodidata, absorvendo tudo que a biblioteca municipal proporcionava além dos conhecimentos adquiridos dos pintores letristas da velha guarda local. O universo dos quadrinhos se abriu quando participou de um fanzine coletivo chamado “Macumbaína”, com grande referência da revista Animal.
- Em 1991, ainda na escola, foi medalha de prata no Shankar’s International Childrens Competition na Índia;
- Em 1993 visita o Salão Internacional de Humor de Piracicaba e começa a enviar trabalhos a todas as edições;
- Em 2001 foi selecionado pela primeira vez para a exposição. Desde então foi nove vezes contemplado com trabalhos para exposição nas categorias de caricatura, charge e cartum;
- Em 2021, no Salon International de la Caricature et du Cartoon em Vianden Luxemburgo e no II Prêmio Internacional de Humor Gráfico “Francisco de Quevedo” da Espanha;
- Em 2002, ainda no universo do humor gráfico, foi selecionado para o Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco;
- Em 2007 premiado com o segundo lugar no Salão de Humor de Cerquilho. Teve também trabalhos selecionados;
- Em 2007 teve a honra de participar do programa Sr Brasil da TV Cultura para entregar em mãos do saudoso Rolando Boldrin, a caricatura do apresentador que havia sido selecionada no Salão Internacional de Humor de Piracicaba no ano anterior. Produziu a arte para a cartilha socio ambiental “O Eco do Bugio”, primeira experiência com quadrinhos institucionais;
- Em 2021 foi ilustrador e responsável pelo projeto gráfico do livro “Peneira de saberes–conhecimentos tradicionais e manejo de agroecossistemas no Araguaia” em parceria com a Comissão Pastoral da Terra-Araguaia, a Prelazia de São Félix do Xingu e a Misereor. Em 2024 foi premiado com menção honrosa e pelo júri popular no 51º Salão Internacional de Humor de Piracicaba.
Fernando Luiz da Silva dos Santos, ou Dizing, é um artista de vanguarda. Seu trabalho reflete um conjunto de técnicas artísticas que mesclam referências, seja na cultura “pop” ou no “underground”, e um viés dos quadrinhos dos anos 1980, grafites europeus e norte americanos dos anos 90 e nos estilos retro de “marketing” em painéis publicitários. O gênero de artista plástico abrange parte do que produz, por ser um artista de contemporaneidade e urbano, mas com raízes, tradições e atribuições ligadas à vida no interior. O desenvolvimento do trabalho proposto é uma tarefa relacionada com sua experiência profissional. Artista gráfico há 31 anos, tem atuação em diversos segmentos das artes gráficas pelo interior do estado e capital. O gosto natural pelo desenho e em especial por histórias em quadrinhos. Reconhece o desenho como caminho de abordagem para o desenvolvimento artístico. Experimenta desde os primeiros anos de contato com as artes gráficas, até hoje o exercício da pesquisa e prática permanente através da linguagem das histórias em quadrinhos, caricaturas, charges e cartuns. Além das demais manifestações populares no seu território.
O projeto cultural visou à confecção do monumento representando a figura de Gregório Gronla, mais conhecido como “Gregório mudo”. A escultura e a história são formas poderosas de conectar as pessoas com suas raízes culturais. Em resumo, o projeto usou a técnica da escultura e a história de um ex-escravizado como uma ferramenta para conectar as pessoas com suas raízes culturais, valorizar a região e levar conhecimento e inspiração. A elaboração, execução e montagem representa Gregório sentado no banco da Praça da Matriz. A estátua foi confeccionada em cimento armado, pintada e finalizada com resina. É um monumento ao homem comum e sofredor, com imponência e formato que se espera, visível e com livre acesso ao público na Praça da Matriz, com expectativa de tornar-se um novo cartão postal na cidade.
A sua trajetória consolidada corrobora a proposição de tal honraria através da Lei nº 4878, de 8 de agosto de 2024, com a concessão da Medalha Zumbi dos Palmares e o Diploma de gratidão pela promoção da igualdade racial, motivo pelo qual solicito o apoio de todos os edis desta egrégia casa de leis.